O diálogo está
morrendo. Muitos só sabem falar de si mesmos quando estão diante de um
psiquiatra ou psicólogo. Pais e filhos não cruzam suas histórias, raramente trocam
experiências de vida. A família moderna está se tornando um grupo de estranhos,
cada um vivendo ilhado no próprio mundo. Cinquenta por cento dos pais jamais
conversaram com seus filhos sobre suas lágrimas, medos, angústias, pesadelos
(pág. 8).
Na
Sexta-Feira Santa celebramos o renascimento Daquele que se sacrificou por todos
nós. Essa é a verdadeira expressão desta data. O renascimento tem que ser um
querer para cada um, ao amanhecer de cada dia.
A
obra “Proteja sua Emoção”, de Augusto Cury faz parte da coleção do famoso
psicoterapeuta que leva o nome dele. São pocket
books que apresentam de maneira expedita sua filosofia, ferramenta com a
qual ela trabalha com seus leitores e pacientes. De um certo modo ela se
justifica para auxiliar no renascimento das pessoas que tem acesso ao seu
texto.
Este
volume, produzido pela Gold Editora – 64 páginas – e publicado em 2014 indica
principalmente que nós temos que ser atores de nossas próprias vidas,
controladores das nossas emoções. Este palco que se oferece para ser trilhado a
cada dia tem seus desvãos, mas é repleto também de oportunidades que se
soubermos enxergar poderão ser aproveitadas.
Se você não
administrar sua emoção, será um barco sem leme, dirigido por elogios,
aceitações, críticas, frustrações (pág. 23).
Augusto
Cury faz parte daquela leva de autores classificados na seção de Auto Ajuda nas
livrarias. Área normalmente olhada com desdém pelos literatos – chamada literatura
fácil, que pega as massas justamente pela isca da emoção – traz como maior
força sua didática simples. Entende-se essa característica pelo fato de que, em
momentos de fragilidade, o que o indivíduo mais anseia são ideias de fácil
assimilação, pois ele quer encontrar uma saída imediata para aquele problema
que o aflige.
Acontece
que para os problemas da alma e da mente não existe fuga fácil ou rápida. Tudo
faz parte de um processo de auto-conhecimento, em que visualizamos nossas
limitações e nossas fortalezas, sabendo equilibrá-las, com o passar do tempo, a
cada uma das situações vividas. Poucos são os que têm paciência de encará-las
de frente.
Recentemente
assisti um filme baseado na obra de Cury – “O Vendedor de Sonhos” (2016), com
direção de Jayme Monjardim, tendo Dan Stulbach no elenco. Me chamou atenção que
pelo menos 4 pessoas saíram no meio da sessão, sendo duas delas senhoras de
idade que praguejavam quanto ao que estava sendo exposto na película. A estória
gira em torno de um psiquiatra que queria se matar e se vê demovido da ideia,
para passar a enxergar a vida de outro modo, por um mendigo que se presta a
conversar com ele, mendigo este que tem uma vida pregressa repleta de
ensinamentos.
O
que fez com que as pessoas saíssem do cinema? A qualidade do filme. Certamente
era uma produção simples, mas não pior que muitas outras que vemos por aí.
Acredito mais pelo fato dela expor, sem filtros, mensagens que incomodam, fatos
que alguns preferem esconder sobre si mesmos.
Uma pessoa madura
não dá as costas para a dor, mas a enfrenta com dignidade (pág. 46).
A
literatura de Cury serve a este propósito – abrir caminhos para quem está
disposto a trilhá-los. É de excelência? É única? Está no Santo Graal da
literatura? Nada disso. Mas no dia de hoje celebramos Aquele que justamente
pelas suas simples palavras nos fez ver que a vida é muito mais do que o
material, é bela diante das vicissitudes, que é possível renascer e se tornar
mais forte tendo a confiança Nele. Não precisamos de nada rebuscado. Precisamos
de mais simplicidade em nossas vidas.
Para quem o Mestre
dos mestres declarou sua dor? Para três alunos que em seguida o decepcionariam
ao máximo: Pedro, Tiago e João. Pedro o negaria dramaticamente, e Tiago e João
o abandonariam no momento em que Jesus mais precisaria da presença deles. Foi
para essas pessoas que o frustrariam muitíssimo que o professor teve coragem de
se abrir e mais coragem ainda de ensinar as mais importantes lições para protegerem
sua emoção (págs. 58-59).
Leopoldo querido , eu acho que faço parte dessa turma a que a Universidade de Michigan se refere. Só não sei exatamente qual categoria .
ResponderExcluirPor isso, não tenho nenhum preconceito contra a chamada literatura de autoajuda . Pelo contrário .
Não chego a escrever frases otimistas pra colar na porta da geladeira .
Mas não desprezo uma palavra , um toque esperto que possa me ajudar , me ligar , tipo start me up.
Entende ?
Eu quero é mais .
Pode mandar .
Augusto Cury na veia .
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Os titulos Ansiedade e Felicidade são mt bons. Nessa vida louca, valeu a dica!
ResponderExcluirFrom FB
Prezado Leopoldo , desde a publicação do Proximideas da Santa Sexta-feira - Santa estou buscando tempo para registrar meus comentários sobre seu texto referente ao livro de Augusto Cury. Talvez aquela mesma preguiça a que você se refere. Quero destacar, sem quaisquer pré-conceitos, que nunca li nenhuma obra dele. Mas sua apresentação deixou-me realmente curioso, e sua habilidade no destacar as situações relacionadas ao texto e à data, foram tão motivadoras que resolvi ler o livro. Muito obrigado. Abraços. Fróes
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