Prezados,
depois de uma longa pausa eis que o Proximideas retorna. E meio que validando
essa passagem do tempo a primeira obra desta nova fase do blog a ser resenhada
é “2041 – Como a Inteligência Artificial Vai Mudar sua Vida nas Próximas Décadas”.
Os autores são os chineses Kai-Fu Lee e Chen Qiufan. A editora é a Globo Livros,
tendo o livro 479 páginas.
Ao comprá-lo
confesso que o que mais me chamou atenção foi o subtítulo, em especial pelo
fato dele mencionar a Inteligência Artificial (IA). Tal tema vem num crescente
nos círculos que frequento, dado o seu impacto em todos os aspectos da vida
humana, quer seja profissional, quer sejam privada. E o meu não domínio do tema
me instigou a tentar aprofundar de alguma forma nessa leitura.
Alguns
dos contos – principalmente os localizados na segunda metade, de um total de 10
– mereciam obras maiores, com uma continuidade para verdadeiros romances.
Parece ao leitor que, quando da edição, os dois autores escolheram os primeiros
temas como um aquecimento, havendo um aprofundamento e um maior rebuscamento
nas estórias com o passar do livro.
Como exemplo posso citar o quinto conto, cujo título é “Meu Ídolo Assombrado” (193-236). Nele, nas palavras de Kai-Fu, se “(...) apresenta o futuro do entretenimento, no qual os jogos se tornam imersivos e as fronteiras entre o real e o virtual ficam difusas. A história se passa em Tóquio e descreve como uma fã investiga a morte de seu ídolo com a ajuda de seu ‘fantasma’, que foi trazido à vida pela IA e pela realidade virtual”.
Um
aspecto interessante a se ressaltar, aproveitando a apresentação deste que considero
conto que dá a verdadeira guinada no livro em termos de qualidade, acelerando o
interesse de quem já está em meio a obra, é que os autores fazem questão de
ambientar as narrativas em diferentes países, não se atendo à zona de conforto
que seria para eles em colocar todas as situações na sua terra natal, China.
Com isso temos estórias no Oriente e no Ocidente, em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul – já que pela filosofia
apresentada por eles, a IA estará, em 2041, disseminada pelo mundo inteiro, não
que isso não seja em maior ou menor grau de acordo com o poderio econômico. Mas esse
tipo de debate não surge nos contos. E em pouca medida até na parte
não-ficcional, de análise científica e sociológica, dado que este último
aspecto está mais devotado ao impacto da tecnologia em si sobre a vida do cidadão,
do que se ele terá efetivamente acesso ou não a ela.
1. O
Elefante Dourado – temas abordados: aprendizado profundo, big data, aplicativos
de internet/finanças, externalidades de IA;
2.
Os
Deuses por Trás das Máscaras – visão computacional, redes neurais
convolucionais, deepfakes, redes adversárias generativas (GANs),
biometria, segurança de IA;
3.
Dois
Pardais – processamento de linguagem natural, treinamento autossupervisionado,
GPT-3, AGI e consciência, educação com IA;
4.
Amor
Sem Contato – IA de saúde, AlphaFold, usos de robótica, aceleração da automação
pela covid;
5.
Meu
Ídolo Assombrado – realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade
mista (MR), interface cérebro-computador (BCI), questões éticas e sociais;
6.
O
Motorista Abençoado – veículos autônomos, autonomia completa e cidades
inteligentes, questões éticas e sociais;
7.
Genocídio
Quântico – computação quântica, segurança de bitcoin, armas autônomas e ameaça
à existência;
8.
O
Salvador de Empregos – substituição de postos de trabalho por IA, renda básica
universal (RBU), o que a IA não consegue fazer, os 3Rs como uma solução para as
substituições;
9.
A
Ilha da Felicidade – IA e felicidade, Regulamento Geral sobre a Proteção de
Dados (RGPD), dados pessoais, privacidade em computação com uso de aprendizado
federado e ambiente de execução confiável (TEE); e
10.
Sonhando
com a Plenitude – plenitude, novos modelos econômicos, o futuro do dinheiro,
singularidade.
O livro parece ser interessante, apesar de eu também não ter muito conhecimento nem curiosidade sobre o assunto. 👏🏼
ResponderExcluirEscolha melhor para a retomada não há. O passado fica no passado, e eis que nos atemos ao que o futuro nos tem a oferecer. É muito interessante o postulado. Qualquer leitor comum do ano de 2023 assumiria como correto. Porém, como esquecer que em pleno ano de 2023 também temos gravíssimas questões de saneamento básico e infraestrutura não apenas no Brasil como em diversas partes do mundo?
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