Respeitando
o anseio de um dos meus (poucos) assíduos leitores, fiz um trabalho de
investigação – nada que dois cliques no buscador na internet não resolvam –
sobre a vida de Sir John Ronald Reuel Tolkien. Encontrei alguns fatos
significativos que trazem luz sobre as possíveis influências sobre suas obras,
em especial a trilogia Senhor dos Anéis, a qual está, neste post, em análise
sobre o segundo livro – As Duas Torres – Ed. Martins Fontes – São Paulo – 2002 –
502 págs.
·
Tolkien
foi um renomado linguista, sendo especialista em Inglês e Linguagem Nórdica
antiga;
·
O
Senhor dos Anéis, e em especial a partir do segundo livro – As Duas Torres,
aqui mencionado e dissecado – recebeu sim influência da guerra, mas da I Guerra
Mundial, da qual Tolkien participou como soldado:
J.
R. R. Tolkien lutou na Primeira Guerra Mundial em uma das batalhas mais
intensas e agressivas desse período, conhecida como Batalha de Somme. Muitas
das privações que Frodo e Sam passaram no caminho até Mordor refletem um pouco
dos horrores que Tolkien viveu nos confrontos reais nas trincheiras. Vários de
seus amigos morreram na época ao seu lado, o que fez com que essas tragédias
inspirassem algumas das coisas que vemos em "O Senhor dos Anéis",
"O Hobbit" e "O Silmarillion".
·
Sua
especialidade em línguas o auxiliou a criar as linguagens utilizadas em seus
livros, voltado para o uso dos povos da chamada Terra Média:
(...)
ele manteve seu cérebro exercitado ao desenvolver suas próprias línguas que
utilizou nas obras (como os idiomas élficos que possuem suas próprias
vertentes, o Quenya e o Sindarin). Inclusive, Tolkien escreveu poemas e músicas
nessas línguas fictícias, como modo de agregar aspectos culturais a elas.
Fonte: idem.
A Terra Média criada por Tolkien |
Aliás, devo dizer que particularmente não gosto destes poemas
inseridos em meio à narrativa. Ok, de modo geral sou refratário a musicais e
que tais, daí talvez a minha insatisfação com tal estratagema. Porém, em termos
de dar fluidez para a narrativa, realmente acho que eles não contribuem muito. Parecem
um intervalo não pedido. Talvez, por isso, não surjam nos filmes baseados na
obra de Tolkien. Aliás, de acordo ainda com este site que consultei “(...) recusou
várias propostas para adaptar os livros e seus escritos no início – principalmente
porque ele achou que essas adaptações não capturavam o escopo épico e nobre das
histórias. É no mínimo curioso imaginar o que Tolkien acharia dos filmes
dirigidos por Peter Jackson hoje...”.
Outro aspecto interessante é que um dos trechos relevantes
nesse segundo livro – quando Frodo e Sam enfrentam uma mega-aranha, denominada
Laracna - teria sido inspirado em uma experiência de infância, quando ele foi
picado por um enorme aracnídeo na jardim de sua casa. Voltando ainda ao tema de
domínio de idiomas, pode-se perceber como este aspecto era relevante para o
autor britânico até mesmo para a conceito geral de suas obras:
Sam encarando Laracna |
Enquanto desenvolvia O Senhor dos Anéis, se aprofundou ainda
mais na sua paixão pelos idiomas. Logo cedo se tornou um grande conhecedor de
grego e latim, e espanhol, posteriormente. Depois veio o italiano e o francês,
que ele não gostava nem um pouco. Além do inglês, ele conhecia cerca de
dezesseis outros idiomas (além daqueles criados por ele mesmo): grego antigo,
latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão,
médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês. Mas a
língua que mais o encantou foi mesmo o finlandês, e usou sua gramática, junto
com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus
livros, muitos nomes relatados nos seus livros foram tirados do idioma
islandês, como Gandalf, por exemplo. Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou
a desenvolver seu mundo. Para
ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. Ele criou um mundo onde suas
línguas pudessem ser aprendidas e faladas, e também criou diversas lendas e
contos para rodeá-las, que serviriam para perpetuar as línguas que ele criara. (grifo nosso)
Por último, antes de partirmos para a análise do
segundo livro propriamente dita, vimos com satisfação que nossa percepção de
que Tolkien havia influenciado diversas obras que vieram posteriormente
confirmadas pelo site indicado acima.
Eles citam, dentre os livros dados como exemplo, a série Duna, de Frank
Herbert, já por nós antecipados no post
anterior. Além de Duna são mencionados “a fantasia de A Cor da Magia (de Terry
Pratchett). Além dos recentes Ciclo da Herança (de Christopher Paolini) e
Artemis Fowl (de Eoin Colfer), entre tantos outros”*. Confesso que destes
só ouvi falar do último – Artemis Fowl.
Em relação ao segundo livro da trilogia Senhor
dos Anéis – As Duas Torres – em agradou mais do que o primeiro – A Sociedade do
Anel. A utilização de muitas cenas de batalha remetem diretamente aos melhores
filmes do gênero capa e espada produzidos. De todo modo, o tom crescente,
preparatório para a grande batalha entre as forças do bem e do mal – auge da
trilogia que somente será alcançado no terceiro livro, O Retorno do Rei – é o
tom presente.
A sociedade do anel, separada, é apresentada pela
trajetória isolada de cada um dos seus membros, visando o seu reencontro
somente ao final. Nesse sentido se entende o fato desta série ter se tornado um
best seller que atravessa décadas.
Sir Tolkien soube, ultrapassado o livro introdutório, criar um enredo que vai
num típico crescente, prendendo a atenção do leitor à medida que as batalhas
são travadas e os ganhos são obtidos a cada pequena vitória. Talvez o acadêmico
professor tenha pautado sua narrativa seguindo justamente a lógica
universitária – exposição de considerações para desenvolvimento dos argumentos.
Resta-me saber se ele entrega o que promete. Assim que tiver terminado a
leitura do terceiro livro darei conhecimento a vocês.
OBS.: Ainda não vi o segundo filme, por isso não sei
dizer se estaria colocando uma leviandade. Minha esposa em particular já
demonstrou seu desgosto quanto ao desenvolvimento da primeira película e não se
mostra propensa a continuar assistindo os filmes tal a possibilidade de cenas
mais sanguinárias. Enfrentarei com desvelo essa tarefa, apoiado pela minha
filha.
*Obras citadas:
A Cor da Magia – Terry Pratchett
- A Cor da Magia é o primeiro livro da cultuada
série Discworld. A história relata as aventuras do mago Rincewind e do estranho
turista Duasflor, tudo com muito bom humor. Nessa aventura, os personagens
praticamente fazem um tour pelo disco, o que os leva a encontrar um grande
herói, um terrível demônio e dragões, além de se aproximarem perigosamente da
borda do mundo. Fonte: http://lelivros.pink/book/download-a-cor-da-magia-discworld-vol-1-terry-pratchett-em-epub-mobi-e-pdf/#forward
Ciclo da
Herança – Christopher Paolini - Eragon é uma história repleta de ação, vilões
e locais fantásticos, com dragões e elfos, cavaleiros, luta de espada,
inesperadas revelações e uma linda donzela. Inspirado em J.R.R.
Tolkien, que criou idiomas para os diálogos de seus personagens,
Paolini utiliza o norueguês medieval para a linguagem dos elfos e inventa
expressões específicas para os anões e os urgals, de modo a dar veracidade ao
lendário reino de Alagaësia, onde a guerra está prestes a começar. O
protagonista é um jovem de 15 anos que, ao encontrar na floresta uma pedra azul
polida, se vê da noite para o dia no meio de uma disputa pelo poder do Império,
na qual ele é a peça principal. A vida de Eragon muda radicalmente ao descobrir que a
pedra azul é, na realidade, um ovo de dragão. Quando a pedra se rompe e dela
nasce Saphira, Eragon é forçado a se converter em herói.
Fonte: http://www.sobrelivros.com.br/info-ciclo-a-heranca-christopher-paolini/
Fonte: http://www.submarino.com.br/produto/186291/livro-artemis-fowl-edicao-economica
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