segunda-feira, 16 de novembro de 2015

As Duas Torres

Respeitando o anseio de um dos meus (poucos) assíduos leitores, fiz um trabalho de investigação – nada que dois cliques no buscador na internet não resolvam – sobre a vida de Sir John Ronald Reuel Tolkien. Encontrei alguns fatos significativos que trazem luz sobre as possíveis influências sobre suas obras, em especial a trilogia Senhor dos Anéis, a qual está, neste post, em análise sobre o segundo livro – As Duas Torres – Ed. Martins Fontes – São Paulo – 2002 – 502 págs.

·         Tolkien foi um renomado linguista, sendo especialista em Inglês e Linguagem Nórdica antiga;
·         O Senhor dos Anéis, e em especial a partir do segundo livro – As Duas Torres, aqui mencionado e dissecado – recebeu sim influência da guerra, mas da I Guerra Mundial, da qual Tolkien participou como soldado:

J. R. R. Tolkien lutou na Primeira Guerra Mundial em uma das batalhas mais intensas e agressivas desse período, conhecida como Batalha de Somme. Muitas das privações que Frodo e Sam passaram no caminho até Mordor refletem um pouco dos horrores que Tolkien viveu nos confrontos reais nas trincheiras. Vários de seus amigos morreram na época ao seu lado, o que fez com que essas tragédias inspirassem algumas das coisas que vemos em "O Senhor dos Anéis", "O Hobbit" e "O Silmarillion".

·         Sua especialidade em línguas o auxiliou a criar as linguagens utilizadas em seus livros, voltado para o uso dos povos da chamada Terra Média:

(...) ele manteve seu cérebro exercitado ao desenvolver suas próprias línguas que utilizou nas obras (como os idiomas élficos que possuem suas próprias vertentes, o Quenya e o Sindarin). Inclusive, Tolkien escreveu poemas e músicas nessas línguas fictícias, como modo de agregar aspectos culturais a elas. Fonte: idem.

A Terra Média criada por Tolkien
Aliás, devo dizer que particularmente não gosto destes poemas inseridos em meio à narrativa. Ok, de modo geral sou refratário a musicais e que tais, daí talvez a minha insatisfação com tal estratagema. Porém, em termos de dar fluidez para a narrativa, realmente acho que eles não contribuem muito. Parecem um intervalo não pedido. Talvez, por isso, não surjam nos filmes baseados na obra de Tolkien. Aliás, de acordo ainda com este site que consultei “(...) recusou várias propostas para adaptar os livros e seus escritos no início – principalmente porque ele achou que essas adaptações não capturavam o escopo épico e nobre das histórias. É no mínimo curioso imaginar o que Tolkien acharia dos filmes dirigidos por Peter Jackson hoje...”.

Outro aspecto interessante é que um dos trechos relevantes nesse segundo livro – quando Frodo e Sam enfrentam uma mega-aranha, denominada Laracna - teria sido inspirado em uma experiência de infância, quando ele foi picado por um enorme aracnídeo na jardim de sua casa. Voltando ainda ao tema de domínio de idiomas, pode-se perceber como este aspecto era relevante para o autor britânico até mesmo para a conceito geral de suas obras:

Sam encarando Laracna


Enquanto desenvolvia O Senhor dos Anéis, se aprofundou ainda mais na sua paixão pelos idiomas. Logo cedo se tornou um grande conhecedor de grego e latim, e espanhol, posteriormente. Depois veio o italiano e o francês, que ele não gostava nem um pouco. Além do inglês, ele conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (além daqueles criados por ele mesmo): grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês. Mas a língua que mais o encantou foi mesmo o finlandês, e usou sua gramática, junto com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros, muitos nomes relatados nos seus livros foram tirados do idioma islandês, como Gandalf, por exemplo. Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo. Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. Ele criou um mundo onde suas línguas pudessem ser aprendidas e faladas, e também criou diversas lendas e contos para rodeá-las, que serviriam para perpetuar as línguas que ele criara. (grifo nosso)

Por último, antes de partirmos para a análise do segundo livro propriamente dita, vimos com satisfação que nossa percepção de que Tolkien havia influenciado diversas obras que vieram posteriormente confirmadas pelo site indicado acima. Eles citam, dentre os livros dados como exemplo, a série Duna, de Frank Herbert, já por nós antecipados no post anterior. Além de Duna são mencionados “a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett). Além dos recentes Ciclo da Herança (de Christopher Paolini) e Artemis Fowl (de Eoin Colfer), entre tantos outros”*. Confesso que destes só ouvi falar do último – Artemis Fowl.

Em relação ao segundo livro da trilogia Senhor dos Anéis – As Duas Torres – em agradou mais do que o primeiro – A Sociedade do Anel. A utilização de muitas cenas de batalha remetem diretamente aos melhores filmes do gênero capa e espada produzidos. De todo modo, o tom crescente, preparatório para a grande batalha entre as forças do bem e do mal – auge da trilogia que somente será alcançado no terceiro livro, O Retorno do Rei – é o tom presente.

A sociedade do anel, separada, é apresentada pela trajetória isolada de cada um dos seus membros, visando o seu reencontro somente ao final. Nesse sentido se entende o fato desta série ter se tornado um best seller que atravessa décadas. Sir Tolkien soube, ultrapassado o livro introdutório, criar um enredo que vai num típico crescente, prendendo a atenção do leitor à medida que as batalhas são travadas e os ganhos são obtidos a cada pequena vitória. Talvez o acadêmico professor tenha pautado sua narrativa seguindo justamente a lógica universitária – exposição de considerações para desenvolvimento dos argumentos. Resta-me saber se ele entrega o que promete. Assim que tiver terminado a leitura do terceiro livro darei conhecimento a vocês.

OBS.: Ainda não vi o segundo filme, por isso não sei dizer se estaria colocando uma leviandade. Minha esposa em particular já demonstrou seu desgosto quanto ao desenvolvimento da primeira película e não se mostra propensa a continuar assistindo os filmes tal a possibilidade de cenas mais sanguinárias. Enfrentarei com desvelo essa tarefa, apoiado pela minha filha.

*Obras citadas:

A Cor da Magia – Terry Pratchett - A Cor da Magia é o primeiro livro da cultuada série Discworld. A história relata as aventuras do mago Rincewind e do estranho turista Duasflor, tudo com muito bom humor. Nessa aventura, os personagens praticamente fazem um tour pelo disco, o que os leva a encontrar um grande herói, um terrível demônio e dragões, além de se aproximarem perigosamente da borda do mundo. Fonte: http://lelivros.pink/book/download-a-cor-da-magia-discworld-vol-1-terry-pratchett-em-epub-mobi-e-pdf/#forward

Ciclo da Herança – Christopher Paolini - Eragon é uma história repleta de ação, vilões e locais fantásticos, com dragões e elfos, cavaleiros, luta de espada, inesperadas revelações e uma linda donzela. Inspirado em J.R.R. Tolkien, que criou idiomas para os diálogos de seus personagens, Paolini utiliza o norueguês medieval para a linguagem dos elfos e inventa expressões específicas para os anões e os urgals, de modo a dar veracidade ao lendário reino de Alagaësia, onde a guerra está prestes a começar. O protagonista é um jovem de 15 anos que, ao encontrar na floresta uma pedra azul polida, se vê da noite para o dia no meio de uma disputa pelo poder do Império, na qual ele é a peça principal. A vida de Eragon muda radicalmente ao descobrir que a pedra azul é, na realidade, um ovo de dragão. Quando a pedra se rompe e dela nasce Saphira, Eragon é forçado a se converter em herói. Fonte: http://www.sobrelivros.com.br/info-ciclo-a-heranca-christopher-paolini/

                                        Artemis Fowl – Eoin Colfer - Esta é a história de um garoto diferente, Artemis - um anti-herói mal-humorado e pessimista que, com apenas 12 anos, é um gênio do crime. Artemis é o único  herdeiro do clã Fowl, uma lendária família de personagens do submundo, célebres na arte da  trapaça. 
Fonte: http://www.submarino.com.br/produto/186291/livro-artemis-fowl-edicao-economica

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