terça-feira, 22 de abril de 2025

A MENTE MORALISTA

 

Confúcio, quando questionado se existe uma única palavra que possa guiar a vida de alguém, respondeu: “Não deveria ser reciprocidade? O que você não deseja para si mesmo, não faça aos outros” (pág. 354)

Ao receber o livro de Jonathan Haidt – “A Mente Moralista” – Editora Alta Books, 2020 – 448 págs - pensei eu: que bom momento para ler algo assim. Isso, mesmo sem ter me debruçado ainda em suas palavras ou análise, somente pautado pelo subtítulo então presente – Porque as pessoas boas são segregadas por política e religião. Aos que estão no meu convívio sabem que, já há algum tempo, sou um grande crítico desses tempos de polarização desmesurada, da perda da capacidade de diálogo entre as pessoas que possuem visões distintas sobre diversos aspectos da vida. Minha esperança estava então centrada, ao iniciar meu mergulho na visão do autor, ganhar argumentos que pudessem consolidar o meu debate pela retomada da capacidade do ser humano de conviver, ou ao menos de tolerar, (com) o lado contrário.



“Esse livro explicou por que as pessoas se segregam por causa de política e religião. (...) a explicação é que nossas mentes foram projetadas para a justiça de grupo. Somos criaturas profundamente intuitivas, cujos sentimentos instigam nosso raciocínio estratégico. Isso dificulta – mas não impossibilita – a conexão com aqueles que vivem em outras matrizes, que muitas vezes são construídas em diferentes configurações dos alicerces morais disponíveis” (grifo nosso). (pág. 340)


Posso dizer que minha jornada, lendo o raciocínio construído por Haidt, foi bem-sucedida. Mas antes de levar vocês a um extrato (ou diversos) do que ele me apresentou preciso antes qualificá-lo. Tal como se encontra na orelha do livro, Jonathan Haidt “é professor (...) de Liderança Ética da Stern School of Business da Universidade de Nova York. Obteve seu doutorado em psicologia social pela Universidade da Pensilvânia em 1992 e depois lecionou na Universidade da Virgínia até 2011”. Mas essa apresentação protocolar, para o meu anseio maior, ainda não era suficiente. E eu obtive elementos que me interessaram durante a leitura, os quais basicamente foram 2 centrais: por opção política, ele se considera um eleitor do Partido Democrata, portanto mais voltado ao que convencionamos como esquerda. E ele teve uma experiência que o propiciou compreender uma outra visão de mundo, diferente do americano médio – inclusive dos próprios democratas – ao fazer parte de sua pesquisa numa sociedade com valores completamente distintos – na Índia.

Esses dois elementos acompanham a todo momento o texto, uma vez que ele, apesar de sua visão política, chegou à conclusão que àqueles à esquerda do espectro político, em que pese o discurso baseado em pautas do que convencionamos chamar de “politicamente correto”, têm muito mais dificuldades em dialogar do que o grupo estabelecido à direita, perdendo assim ótimas oportunidades para bem compreender boas ideias e projetos, se deixando levar, efetivamente, pelos sentimentos e não usando o raciocínio lógico e prático necessário muitas vezes para desenvolver uma boa administração. O que é extremamente interessante, repito, dado ele ser claramente um votante do Partido Democrata.

“Eu havia escapado de minha mentalidade partidária anterior (rejeite primeiro, faça perguntas retóricas depois) e comecei a pensar em políticas liberais e conservadoras como manifestações de visões profundamente conflitantes, mas igualmente sinceras, de uma boa sociedade. Era bom estar livre da raiva partidária. E uma vez que não estava mais com raiva, não estava comprometido a chegar à conclusão que a raiva moralista exige: nós estamos certos, eles estão errados. Pude explorar novas matrizes morais, cada uma apoiada por suas próprias tradições intelectuais. Parecia um tipo de despertar” (grifo nosso – pág. 115)

Sendo um acadêmico, devotado à pesquisa sobre a psicologia social, ele se viu assim aberto a ouvir as diferentes perspectivas. Não foi obviamente algo agradável, pois no relato de seus experimentos, baseados em entrevistas, ouviu de tudo um pouco, colocações muitas vezes desagradáveis e extremistas, de ambos os lados. Mas era importante, para testar suas hipóteses, passar por esse tipo de situação. Ele esmiuça, assim, cada um desses aspectos durante o texto, ilustrando e trazendo vivacidade ao leitor, que passa a incorporar aquela experiência como se assim tivesse participado dela, fazendo-nos refletir sobre nossos próprios (pre)conceitos.

Ele dividiu as pessoas basicamente em três grupos – liberais, como sendo aqueles mais à esquerda (eleitores do Partido Democrata, em sua maioria); conservadores, mais à direita (eleitores do Partido Republicano); e libertários, defensores máximos da liberdade do indivíduo em relação ao Governo. Seriam, grosso modo, a direita mais radical, na qual não é aceito nenhum tipo de intervenção governamental em suas vidas. Estes seriam, então, os grupos que seriam pauta de sua análise a partir da identificação dos princípios morais que seriam apresentados em sua argumentação teórica.

Em determinado momento ele chega à conclusão que “cinco bons candidatos a receptores do paladar da mente moralista são cuidado, justiça, lealdade, autoridade e pureza”. (pág. 135) – grifo nosso. Esses cinco elementos, serão, portanto, aqueles que serão observados em seu grau de importância para os diferentes grupos, foco de sua pesquisa. Mas até alcançar essa percepção, o início do livro retrata sua caminhada. Ou seja, somos testemunhas da construção de seu raciocínio. Um dos seus primeiros achados é a supremacia do sentimento sobre o raciocínio lógico. Ou seja, por mais que queiramos tomar uma decisão isenta de quaisquer paixões, isso é impossível. É inerente ao ser humano ser guiado por estas últimas, influenciando diretamente sua visão objetiva de mundo.

No início do livro ele aponta para algo no que acredita deveria ser algo a pautar nossas ações morais: “(...) a moralidade envolve tratar bem os indivíduos” (pág. 11). Ele busca ainda avançar ao indicar teóricos clássicos que influenciaram sua análise, tal como: “(...) David Hume (...) escreveu em 1739 que ‘a razão é, e só pode ser, escrava das paixões; e só pode pretender ao papel de servir e obedecer a elas’” (pág. 26). Porém, ele se viu diante de um dilema ético: como seria a definição e o uso da verdade para as pessoas? Ora, o que aparentemente era verdadeiro para uns, não era para outros, e isso está diretamente vinculado às matrizes morais que elas “obedeceriam” ou buscariam.

Sob a lógica do autor, “é melhor ser do que parecer virtuoso” (pág. 77). Porém, “não teria sido mais adaptativo para nossos ancestrais descobrir a verdade, a verdadeira verdade sobre quem faz o quê e por que, em vez de usar todo esse poder cerebral apenas para encontrar evidências em apoio ao que eles queriam acreditar? Isso depende do que você acha mais importante para a sobrevivência dos nossos ancestrais: verdade ou reputação” (pág. 75) – grifo nosso. O capital reputacional, dessa forma, é o que nos guia no dia a dia. Não queremos nos dar ao trabalho de avaliar as opções de maneira objetiva, mas sim de balizar e procurar argumentos que validem, ex ante, no que acreditamos. Não damos, assim, oportunidade para nós mesmos em ouvir algo que seja distinto de nossos próprios pré-conceitos. “Os cientistas cognitivos franceses Hugo Mercier e Dan Sperber (...) dizem, ‘argumentadores habilidosos... não estão atrás da verdade, mas de argumentos que sustentem seus pontos de vista’.” (pág. 95). Ou seja, infelizmente “nosso pensamento moral é muito mais parecido com um político que angaria votos do que com um cientista que busca a verdade”. (págs. 81-82).

Outro ponto teórico relevante para o autor é a capacidade ação do ser humano quando inserido num grupo – e em como isso, naturalmente, baliza a consolidação de princípios morais. Lembro aqui que o campo de pesquisa do autor é a chamada psicologia social. Assim sendo, abordar como tal enxerga a dinâmica dos indivíduos inseridos num grupo é relevante para chegar a conclusões em quaisquer estudos nessa área acadêmica. Em que pese o autor ter ponderado, em alguns momentos, que essa abordagem “grupal”, digamos, ter sido relegada em determinado momento da História a um segundo plano junto aos seus pares, tendo sido resgatada somente mais recentemente.

Sobre este aspecto ressalto os seguintes achados:

·         “Quando os grupos competem, o grupo coeso e cooperativo geralmente vence”. (pág. 207);

·         “(...) a felicidade vem do meio. Ela resulta do relacionamento correto entre nós e os outros, nós e nosso trabalho, e nós e algo maior”. (pág. 261);

·         “Os sistemas morais são conjuntos interligados de valores, virtudes, normas, práticas, identidades, instituições, tecnologias e mecanismos psicológicos evoluídos que trabalham juntos para suprimir ou regular o interesse próprio e possibilitar sociedades cooperativas”. (pág. 289); e

·         “Capital social refere-se a um tipo de capital que os economistas haviam ignorado completamente: os laços sociais entre os indivíduos e as normas de reciprocidade e confiabilidade que surgem desses laços”. (pág. 311).

Ora, se maior coesão acaba favorecendo um determinado grupo, para que este saia vitorioso de um embate, é natural que os laços que unem seus membros sejam fortalecidos. Dessa forma, a lógica de atuação em grupo retroalimenta uma única visão, dificultando que seus membros possam ter um olhar aberto ao contraditório. Nessa fase do livro, portanto, o autor sedimenta cada vez mais a sua conclusão final. Conclusão esta voltada à pergunta base, a qual voltamos a salientar – “Por que pessoas boas são segregadas por política e religião?”.

O papel da religião também é abordado pelo autor, porém como mais um elemento simbólico da capacidade de agregação em torno de teses comuns. Haidt não discute a fé em seu livro. Não é esse o seu escopo. Mas sim a religião como fenômeno social. Nas palavras dele:

“Ao longo deste livro, argumentei que as sociedades humanas em larga escala são conquistas quase milagrosas. Tentei mostrar como nossa complicada psicologia moral coevoluiu com nossas religiões e outras invenções culturais (como tribos e agricultura) para nos levar aonde estamos hoje. Argumentei que somos produtos da seleção multinível, incluindo a seleção de grupo, e que nosso ‘altruísmo paroquial’ faz parte do que nos torna grandes jogadores de equipe. Precisamos de grupos, amamos grupos e desenvolvemos nossas virtudes em grupos, mesmo que eles necessariamente excluam os não membros. Se eliminarmos todos os grupos e dissolvermos toda a estrutura interna, destruímos seu capital moral” (grifo nosso). (pág. 328).

O capital moral citado acima é definido por ele como o “grau em que uma comunidade possui conjuntos interligados de valores, virtudes, normas práticas, identidades, instituições e tecnologias que se combinam bem com os mecanismos psicológicos evoluídos e, assim, permitem à comunidade suprimir ou regular o egoísmo e possibilitar a cooperação” (pág. 313).

Um Olhar sobre Direita e Esquerda

Já no terço final do livro, estabelecidas as bases de sua argumentação, o autor se encaminha para algo espinhoso, que são suas visões após toda a consolidação dos elementos que ele identificou com suas pesquisas: como qualificar o posicionamento de ambos os espectros políticos convencionais, à luz das dificuldades por eles apresentadas em enxergar o outro lado? Abaixo transcrevo suas principais percepções:

·         “Todo mundo se preocupa com justiça, mas existem dois tipos principais. Para a esquerda, a justiça implica igualdade, mas, para a direita, ela é proporcionalidade – as pessoas devem ser recompensadas proporcionalmente pelo que contribuem, mesmo que isso garanta resultados desiguais”. (pág. 147;

·         “Quando alguns membros de um grupo contribuem muito mais do que os outros – ou ainda pior, quando alguns não contribuem com nada -, a maioria dos adultos não quer ver os benefícios distribuídos igualmente”. (pág. 195);

·         “(...) No entanto, se estiver tentando mudar uma organização ou uma sociedade e não considerar os efeitos de suas mudanças no capital moral, está procurando encrenca. Acredito que esse seja o ponto cego fundamental da esquerda. Ele explica por que as reformas liberais com frequência saem pela culatra, e por que as revoluções comunistas geralmente acabam em despotismo[1]. É a razão pela qual acredito que o liberalismo – que fez muito para trazer liberdade e igualdade de oportunidades – não é suficiente como filosofia de governo. Tende a exagerar, mudar as coisas demais com rapidez excessiva e reduzir inadvertidamente o estoque de capital moral. Por outro lado, embora os conservadores façam um trabalho melhor em conservar o capital moral, geralmente deixam de perceber certas classes de vítimas, não limitam as predações de certos interesses poderosos e não veem a necessidade de mudar ou atualizar as instituições com o passar do tempo” (págs. 313-314);

·         “Penso que os liberais estão certos quando afirmam que uma das principais funções do governo é defender o interesse público contra as corporações e sua tendência a distorcer os mercados e impor externalidades a outras pessoas, principalmente aos menos capazes de se defender judicialmente (como pobres, imigrantes ou animais de fazenda). Mercados eficientes exigem regulamentação governamental. Mas, às vezes, os liberais vão longe demais – na verdade, em geral são automaticamente antinegócios, o que é um erro do ponto de vista utilitarista. Mas é saudável para uma nação estar em um constante cabo de guerra, um debate contínuo entre yin e yang sobre como e quando limitar e regular o comportamento corporativo”. (pág. 319);

·         “As pessoas não cooperam bem em grandes grupos quando percebem que muitos outros são parasitas sociais. Portanto, nações comunistas ou fortemente socialistas frequentemente recorrem à crescente utilização de ameaças e força para obrigar a cooperação. Os planos de cinco anos raramente funcionam tão bem quanto a mão invisível”. (pág. 391); e

·         “Acredito que os libertários estejam certos em muitos pontos (...). / Minha pequena lista de pontos adicionais: (1) o poder corrompe; portanto devemos ter cuidado em concentrar o poder em qualquer mão, incluindo as do governo; (2) liberdade ordenada é a melhor receita para florescer nas democracias ocidentais; (3) os Estados ‘babás’ e cuidados ‘do berço ao túmulo’ infantilizam as pessoas e as fazem se comportar com menos responsabilidade, exigindo ainda mais proteção do governo”. (págs. 323 e 391).

Aqui cabe uma ponderação, ao olhar os pontos por ele elencados. Não podemos nunca nos esquecer de que ele está imerso na cultura norte-americana. E esses aspectos por ele identificados são muito claros da filosofia dos Estados Unidos como povo. Não vai aqui um questionamento se é bom ou ruim, mas sim que é interessante contextualizar de como isso influencia seu olhar em termos de sociedade, segundo os valores cultuados ao norte do Rio Grande.

Conclusão

Ao final de tudo, o livro é um grande achado. Nos faz refletir sobre quais elementos em nosso dia a dia influenciam nossa tomada de decisão e nossa visão de mundo. Porém, para mim a maior mensagem é a respeito da nossa (falta de) capacidade de nos desapegarmos de tudo que está pré-estabelecido em nossas mentes – seja por influência social, grupal, religiosa e até mesmo genética (preferi não enfatizar muito este ponto em minha resenha, mas ele existe e é abordado pelo autor no livro, com achados surpreendentes) – para ampliar nossa capacidade de escuta e diálogo. Hoje em dia, as pessoas falam e não querem ouvir. A humanidade caminha rumo à barbárie, a meu ver, se seguirmos nessa toada. Ou, como Haidt ressaltou em seu livro, de maneira enfática, como verão abaixo, por pelo menos 3 vezes – a moralidade agrega e cega. A pergunta que fica é: como podemos sair deste ciclo vicioso e nos tornarmos pessoas melhores?

·         “Matrizes morais unem as pessoas e as cegam à coerência, ou até mesmo à existência, de outras matrizes. Dificultam que as pessoas considerem a possibilidade de que realmente exista mais de uma forma de verdade moral ou mais de uma estrutura válida para julgar as pessoas ou administrar uma sociedade”. (pág. 117);

·         “A moralidade agrega e cega. Isso não é apenas algo que acontece com as pessoas do outro lado. Todos somos sugados para comunidades morais tribais. Nós nos agrupamos em torno de valores sagrados e, em seguida, compartilhamos argumentos post hoc sobre porque estamos tão certos e ‘eles’ estão tão errados. Achamos que o outro lado é cego à verdade, à razão, à ciência e ao senso comum, mas na verdade todo mundo fica cego ao falar sobre seus objetos sagrados”. (pág. 333); e

·         “A moralidade agrega e cega. Ela nos une a equipes ideológicas que lutam entre si como se o destino do mundo dependesse do nosso lado vencer cada batalha. Isso nos cega ao fato de que cada equipe é composta de pessoas boas que têm algo importante a dizer”. (pág. 335).

 



[1] Ver nota mais abaixo, transcrita da página 391.

4 comentários:

  1. Realmente , super interessante o texto. Preciso reler com mais calma. Mas já queria comentar que lá no começo, quando fala dos cinco pontos em que ele se baseia e norteia , me espantou não aparecerem : respeito, ética, integridade , honestidade. Na minha humilde opinião, esses são conceitos básicos para que os alicerces de uma sociedade ,ou grupos , como ele coloca, se sustentem e se mantenham livres de "partidarismo" , seja ele qual for. A religiao entra exatamente nesse ponto também. Em sua maioria , as religiões pregam amor , caridade , amor ao próximo, etc.. comportamentos/sentimentos que norteiam as pessoas nos conceitos básicos que elenquei.
    No meu entender , é totalmente incompatível conceitualmente falando , alguém que diz ser cristão, apoiar ditaduras , por exemplo. A religião, quando bem orientada e bem colocada , exige um comportamento reto, digno, respeitoso, honesto e íntegro. Uma pessoa com algum poder decisório, que "segue" , que vive verdadeiramente esse padrão de comportamento, tende a se manter, ou pelo menos deveria se manter isenta de interesses pessoais, pensando no que de fato significa o melhor para o grupo ao qual ele se encaixa , ou governa.

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    1. Eu teria que resgatar diretamente no livro mas, salvo engano, esses valores por você colocados estão contidos no grupo denominado pelo autor como "Pureza". Ou até mesmo (respeito pela) "Autoridade".

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    2. Mas , me chamou a atenção que uma pessoa notadamente de esquerda , tenha conseguido se manter com pensamentos livres para observar de forma razoavelmente isenta. A esquerda no Brasil se perdeu exatamente por isso. Mas não só por isso. Além de perder pessoas com capacidade de compreensão real de alguns conceitos importantes, ao meu ver , fica claro que a intenção não é governar uma sociedade e conduzí-la a um caminho de boa convivência , mas dominá-la pelo gosto do poder e do dinheiro , pura e simplesmente.

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  2. É interessante a ênfase do autor ao afirmar que "a moralidade agrega e cega" .

    Afirmação que me lembra da música Cazuza: Ideologia..eu quero uma pra viver.
    E substituir por " Moral...eu quero uma pra viver, considerando Moral como algo que a gente inventa segundo nossas conveniências.

    E a construção dessa Moral é muitas vezes resultado da aproximação e identificação imediata com determinadas tribos.

    E da necessidade de pertencimento e identidade.
    É a moralidade que agrega, como diz o autor.

    E como toda tribo que se preze é preciso definir bem seu inimigo.
    E nesse caso o diabinho do algoritmo sempre dá uma força.

    O resultado é a polarização que vemos hoje.
    É a moralidade que cega, como diz o autor.

    Assim, o inferno são os outros, como dizia Sartre.

    Ou como digo eu, a grosso modo : se neguinho não tá nessa comigo, neguinho é meu inimigo e ponto final.

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